“Ano Novo, velhos hábitos?”

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“Ano Novo, velhos hábitos?”

Com essa provocação, Marta Castilho, consultora em programa de desenvolvimento gerencial e organizacional, diz que sem planejamento e vontade própria tudo ficará na mesma.

Mestre em Criatividade e Inovação pela Universidade Fernando Pessoa (Portugal), é psicóloga e pós-graduada em Marketing e Comunicação Publicitária pela Fundação Cásper Líbero. Ela é também especialista em Psicologia Social e do Trabalho pelo Instituto Sedes Sapientiae e em Saúde Pública pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Em parceria com Stela Maris Sanmartin lançou o livro Criatividade no processo de coaching (Trevisan Editora), onde apresenta considerações e sugere ações práticas para o dia a dia pessoal e profissional melhorar. Leitura recomendável para quem quer fazer deste novo ano, uma oportunidade para mudanças na vida. 

Então, ano novo, velhos hábitos?
Um novo ano é uma oportunidade para que nós possamos organizar nossa vida pessoal e profissional. Quem tem foco e quer realmente mudar consegue atingir seu objetivo. Agora, quem só muda de ano e não muda velhos hábitos não busca novas oportunidades, não se dedica a aprender alguma coisa diferente e corre o risco de ter apenas um ano novo e nada mais. 

Os profissionais sentem essa pressão por conta dos seus empregadores?
Sem dúvida, o mundo está globalizado e uma empresa, para sobreviver, precisa se atualizar e seus profissionais precisam estar mais antenados no próprio negócio e em novas oportunidades que surgem.

Defina seu trabalho de coaching.
Faço por meio da Dorsey Rocha, consultoria pela qual trabalho desde 2000. Mostro que é possível facilitar a transformação consciente e desejada dos profissionais nas organizações, utilizando técnicas de desbloqueios e estimulando a criatividade, para o desenvolvimento de hábitos favoráveis à criação e à inovação dentro das empresas. 

Isso pode servir a qualquer pessoa?
Sim. Isso está na dissertação que acabou se transformando no livro que escrevi em parceria com a Stela Maris, que foi minha orientadora na tese de mestrado em Criatividade e Inovação, em Portugal.  

Como é feito seu trabalho de coaching?
As empresas nos contratam para treinamentos, programas de desenvolvimento e mudança de cultura organizacional. Cada um tem sua personalidade e deve ser preservada, mas é preciso que todos trabalhem voltados aos objetivos comuns da organização. Procuro introduzir técnicas de desenvolvimento da criatividade. Serve tanto para o fortalecimento das pessoas como das organizações e com isso facilitamos o processo de mudança desejada. 

Tem um tempo determinado?
Sim. Depois de trocar informações e explicar meu trabalho, através de técnicas específicas vamos entender a organização e sua dinâmica. Temos encontros semanais ou quinzenais e combinamos com cada um tarefas específicas e que precisam ser apresentadas, discutidas, a cada encontro. Estabeleço uma parceria entre coach e o coachee (aquele que é treinado). Nós dois buscamos o sucesso no processo. As empresas recebem informações sobre o andamento do trabalho com cada profissional.

E para quem está sem emprego ou querendo mudar de carreira, fazer um coaching individual funciona?
Sim. Tenho alguns clientes que estão redefinindo suas carreiras e outros estão desempregados. Para estes, faço um trabalho específico para que eles tenham autoestima, desenvolvam seus potenciais e possam ser felizes em suas carreiras.  

Mas se a pessoa está desempregada, o custo de um profissional como você não se torna um obstáculo?
Dentro das minhas possibilidades, faço um contrato que seja possível para que o coachee possa ter minha experiência e ajuda de uma maneira que ele possa se reintroduzir no mercado de trabalho.  

Quem parou de trabalhar, teria no coaching uma oportunidade para voltar?
Sim. Geralmente é mulher, deixa a profissão para cuidar da casa e dos filhos e, quando surge uma separação, ela percebe que está desatualizada e ainda com idade para produzir e trabalhar. Nesses casos, procuro orientar e incentivar um plano de ação em busca do seu lugar no mercado de trabalho.

E aqueles que resistem às mudanças?
Quem se recusa ou tem dificuldades em se atualizar em relação ao mercado e até aqueles que têm resistência em relação às novidades tecnológicas, terá mais dificuldade na vida e nas organizações. Mesmo que não tenha muita habilidade, não pode ficar à margem porque corre o risco de ser superado por outro profissional. E aprender sempre é uma das sugestões que dou às pessoas.

Aprender o quê?
Qualquer novo aprendizado traz vantagens. Nosso cérebro precisa de novidades para se manter saudável. Um curso de idiomas, um instrumento, desarquivar aquele sonho de aprender é uma ótima dica para quem quer ter um ano novo mais produtivo e feliz. Não podemos deixar nosso cérebro “emburrecer”. Se não usarmos, as sinapses vão desaparecendo e quem perde somos nós mesmos.

Tem um método, uma dica?
Para muitas pessoas, não é fácil promover mudanças. Comece resolvendo pendências. Faça uma lista com seus principais problemas e dê um valor a cada um de acordo com sua dificuldade. Partindo de 1, para os fáceis, e 5, para os mais difíceis. Ao finalizar, você vai descobrir que a maioria dos problemas é nível 1. A ordem é resolvê-los no mais curto prazo de tempo, e ir subindo de grau até chegar aos de nível 5. Com o hábito, suas atitudes vão se modificando e a solução dos problemas ficará mais fácil.

E quem é procrastinador?
Quem deixa para fazer as coisas no último momento é, em regra geral, alguém que gosta de sentir a adrenalina que isso libera. O problema é que ele tem pouco tempo para rever seu trabalho, por exemplo. 

E o que faz tudo antes do prazo?
São pessoas focadas e não se deixam distrair. Fazem outras coisas mas mantêm o foco nos problemas que têm pela frente. Os focados, por sua vez, têm tempo para revisar seu trabalho. Todas as empresas têm os dois tipos de profissionais em suas fileiras.

Seu livro é exclusivo para profissionais?
Não, de jeito nenhum. O que nos inspirou foi a dificuldade que as pessoas têm para se adequar à sociedade que nem sempre está preparada para lidar com o indivíduo que é diferente e foge ao padrão geral. É um livro escrito de maneira que qualquer pessoa possa entender e colocar em prática. 

Fale de sua relação com o bairro.Moro há 25 anos na região.
Trabalho no Sumaré há 14 anos e aqui é próximo de shoppings, de teatros, de tudo o que preciso. Gosto da feijoada do Bar Siri, na Alfonso Bovero, e do Pé Pra Fora. Vou ao Parque da Água Branca e sempre circulo pelo bairro com a Divina, que é o nome carinhoso da minha motocicleta Harley-Davidson FX-1600, que eu adoro, além da família, é claro! 

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