Durante a semana um açougue. Nos fins de semana e feriados, o serviço é ampliado com assados e o local se transforma em “churrascaria” delivery.
Começou assim, há uns 15 anos, mais ou menos: havia um açougue na rua Apinajés que, como qualquer açougue, apenas vendia carne. Certa vez, no final do expediente, os funcionários colocaram uma churrasqueira de bafo no meio da rua para assar uns pedaços de carne em comemoração ao aniversário de um colega. Como em toda a farra, tinha de ter um baiano na história. “As pessoas passavam e perguntavam se podiam comprar e nós vendíamos por gozação”, conta o gerente Paulo Ferreira Lima, de Itabuna. Feito um trio elétrico que arrasta a multidão, o churrasco improvisado trouxe muita gente para a roda, até a Prefeitura implicar. A casa foi transferida para a rua Piracuama, em um espaço bem maior, com estrutura profissional. Tem escritório, cozinha à mostra, prateleiras e freezers que expõem as carnes embaladas a vácuo, de forma bem organizada. “Tudo é feito por nós. O tempero é da melhor qualidade”, garante o baiano.
O açougue abre de segunda a segunda. Mas os assados só são vendidos aos sábados, domingos e feriados. Daquele tempo de meio de rua, ficou a costela de boi com mel, uma tradição. A peça é vendida a partir de meio quilo. Sem assar, o quilo custa R$ 24. Assada, a costela sai por R$ 35. “Hoje evoluímos muito. Temos farofa, arroz, saladas, massas e todo tipo de carne grill, como maminha e picanha”, diz Lima. São quase 20 itens no cardápio de assados: do pernil de cordeiro ao medalhão de ancho; da batata assada ao galeto desossado.
Apesar do amplo espaço, não há mesas e cadeiras. As compras são feitas para levar e o local oferece o serviço delivery, de segunda a sábado, também para os produtos vendidos fora “dos dias de assados”. Enquanto aguarda o pedido, o cliente pode provar um pedaço de carne no local e, para acompanhar, chope à vontade. “Mas é só para cliente que está comprando”, alerta Lima. O Carne Perdizes organiza ainda churrasco em empresas e residências. É importante destacar que a bebida não está incluída no pacote. “Para bufê ou festas, oferecemos a carne, a salada e o serviço. Um evento para cem pessoas, sem bebida, fica em média R$ 4.000”, informa Lima. Os agendamentos para eventos são limitados porque não há contratação extra de profissionais. Tudo é realizado pelo pessoal que ampliou o negócio ao se divertir no meio da rua. “Comemorávamos tudo. Se nascia um filho dizíamos: vamos beber o xixi do nenê”, brinca Lima.