Desvendando a dislexia

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Durante o processo de alfabetização, às vezes a criança pode ter dificuldade em aprender.

Durante o processo de alfabetização, às vezes a criança pode ter dificuldade em aprender. Mas não ache que seja pura preguiça ou descuido. Por trás disso pode estar um problema que, se não diagnosticado, pode trazer sérias consequências: a dislexia.
“A dislexia é um distúrbio de aprendizagem que aparece na hora da alfabetização, ou seja, essa criança vai ter dificuldade para começar a aprender a ler e escrever. Ela vai ter dificuldade em fazer a relação da letra com o som. Ela vai fazer trocas, inverter as letras, vai ser uma confusão. Essa criança é muito inteligente. Então você só vai perceber sua dificuldade na hora de ler e escrever”, explica Maria Angela N. Nico, fonoaudióloga, psicopedagoga clínica e coordenadora científica da Associação Brasileira de Dislexia.
O distúrbio é genético e hereditário. O diagnóstico precisa ser feito por uma equipe multidisciplinar, que inclui psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista, psicopedagogo, além de fazer exames como o de visão e audição “É um diagnóstico de exclusão. Ele não pode ter problema de vista, audição, fala. A dificuldade vai focar na leitura e escrita. Se ele tiver um Q.I. abaixo da média, ele não é disléxico”, ela esclarece. Algumas pessoas demoram muitos anos para buscar um diagnóstico, o que faz com que fiquem com baixa autoestima baixa.
O tratamento para crianças é com uma fonoaudióloga. Já com adolescentes e adultos, eles geralmente são encaminhados para um fonoaudiólogo ou psicopedagogo, além de ter o acompanhamento de um psicólogo. O tratamento é longo, dura cerca de seis anos.
“Eu começo sempre por todos os fonemas, todas as letras com os sons. Eles têm que primeiro conseguir fazer essa relação. Depois vou dando exercícios de consciência fonológica, você mexer com os sons dentro da palavra, coloca e tira letra, muito vocabulário, leitura, concentração – a maioria tem déficit de atenção. E eles também têm dificuldade com a memória”, diz.
A dislexia não tem cura, mas com um bom acompanhamento a criança pode aprender a conviver com suas dificuldades. A Associação Brasileira de Dislexia (www.dislexia.org.br) existe há 29 anos. No começo, focava em divulgar a doença. Agora faz avaliação para se diagnosticar a dislexia e tratamento de pessoas carentes. Por isso é importante os pais acompanharem o aprendizado de seus filhos e manterem um diálogo aberto com o professor e a escola.

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